No país do “quem pode mais chora menos” lucra-se sobre a própria Lei que não tem, na maioria das vezes, quem a defenda.
Penso as vezes que esse artigo deveria trazer como título: “Utilidade Pública” considerando a situação que retrata e a que muitos estão sujeitos.
Quando compra-se um carro, financiado ou não, faz-se o seguro por ocasião de futuras dores de cabeça.
Que maravilha! Lhe são apresentada diversas propostas invejáveis. Tudo lhe é dito, ou melhor, quase tudo.
O preço do seguro é taxado pelo valor do veículo. E se este vier a baixar, dane-se o dono, pois em caso de roubo ou perda total, valerá o preço de mercado e o que foi escrito servirá para que o usuário possa registrar mais uma queixa no PROCON, ou será pago, porque está escrito mesmo se o carro estiver em alta. É como diz um dos avaliadores de uma determinada empresa de seguros em Curitiba: “Temos audiência todos os dias e são mais de quinhentos processos que levantam essa situação”. O mesmo que dizer: e daí!
Você, quando está fazendo o seguro, é o príncipe, o rei, idôneo, bom, honesto, afinal, para se vender algo o cliente sempre tem razão. Mas quando se trata de receber conforme o prometido, de reivindicar os próprios direitos…..
Há dias atrás roubaram o meu carro que estava assegurado. Fiz toda a papelada necessária e de inocente passei a ser o primeiro suspeito. E isso não disseram na hora de fazer o seguro. A investigação paralela promovida pelas seguradoras, a meu ver, serve para duas coisas: demorar, visto que as seguradoras são protegidas por Lei e tem um prazo de trinta dias para responder ao segurado atendendo seus direitos e verificar se você não foi o autor do roubo ou o facilitador.. Se o carro for encontrado, que pena, só um serviço de guincho para levar a lataria para casa.
Se o seu seguro foi feito sobre R$12.000,00, no papel, e o valor do seu carro cair para R$9.000,00 no mercado…sinto muito pelos três mil perdidos; receberás do seguro nada mais que nove mil reais, se estiver com o seguro quitado.
E as vezes o segurado é presenteado pela ajuda de um despachante, credenciado pela seguradora, que pode sofrer de excesso de zelo pelo próprio bolso quando cobrar o IPVA integral de um carro que foi roubado, “esquecendo-se” que o imposto a ser pago deve ser recalculado, podendo haver devolução ou um pagamento reduzido das cotas referente a data do roubo. Ele pode se propor até a buscar o cheque… que bonzinho!
O desgaste é muito grande diante dessas situações. A justiça demora para dar um veredicto e muitos são os que preferem deixar as coisas correrem tais como estão justificando-se com a seguinte afirmação: “ruim com elas, pior sem elas”.
Quando bati meu primeiro carro e fui até a concessionária de onde acabei saindo com um novo, não houve empecilho nenhum. Tudo foi tranqüilo, concessionária e seguradora se entenderam muito bem. Interessante não é?
Muita atenção, caríssimos leitores ao fazer o seguro de seu veículo. Não se envergonhe de ser mais um a ir no PROCON reivindicar seus direitos. Não aceite ser enganado. E não se esqueça: de honesto, após o roubo, você é o primeiro suspeito. Os bons e honestos são colocados no mesmo nível. E que não lhe falte o dinheiro para o ônibus em caso de roubo do seu carro. Boa…sorte!
Prof. Paulo Sérgio de Faria
CREMP 