Para aqueles que se perguntarem o significado de “pompa”, e quiserem uma resposta bem prática, é só lembrar das missas celebradas no Vaticano por João Paulo II e seu sucessor Bento XVI. Eu me refiro de modo especial aos trajes utilizados nas celebrações, bem como toda ornamentação da praça São Pedro em Roma. Comparadas ao traje utilizado pelo Papa Francisco conseguiremos entender o que vem a significar “Um Papa sem pompa”.
Assistindo a missa de entronização do novo Papa e, acostumado a ver a pompa dos antecessores, parece até que era uma missa comum em dia de semana em um local reservado. Mas a celebração era pública e aberta … ao mundo. Por outro lado esse é o marco do novo Papa e, diga-se de passagem, fazia tempo que Roma necessitava de um Francisco.
Ontem, pela rede televisiva É Paraná (TV Cultura), o programa Roda Viva teve no seu centro o Teólogo da Libertação Leonardo Boff que me pareceu bastante otimista quanto ao novo pontificado. Salientando que esse é o Papa que inicia um Terceiro Milênio na História da Igreja.
Concordo em parte com suas arguições mas, por outro lado, percebo que a coisa não é tão simples assim, considerando as ideologias que se chocam e que provocaram a renúncia de Bento XVI. Em outras palavras, o caldeirão ainda está começando a ferver. E como acontece com todo chefe de Estado, no momento de mexer as peças do tabuleiro para começar um novo jogo é que o “bicho pega”. Sendo que uma coisa é o que a Igreja – cúpula – parece ser, e, outra, o que ela realmente é. Sendo que ao apresentar o choque de ideologias no interior da Igreja não significa salientar seu aspecto humano, mas significa o desafio de encontrar nele a atuação do Espírito Santo que coloca como “chefe”, o menos apontado pela mídia como futuro pastor. Aquele que antes mesmo de abençoar o Povo de Deus, pede para ser abençoado por ele.
Diante de tantas denúncias de irregularidades, da Pedofilia aos problemas de administração bancária, a cúpula da Igreja não conseguiu mais tapar o sol com a peneira e vai ter que assumir e resolver esses problemas internos se não quiser perder cada vez mais a credibilidade.
A atitude do Papa Francisco, ao desprezar algumas mordomias já no início de seu pontificado, demonstra sua metodologia de trabalho, ou seja, o caminho que ele pretende trilhar para enfrentar as dificuldades humanas pelas quais passa a instituição religiosa que possui mais de um bilhão de seguidores: simplicidade, humildade, despojamento e serviço.
Jesus também escolheu o caminho da simplicidade, da humildade, do despojamento e do serviço para bem exercer sua missão; São Francisco, do qual o Papa leva o nome, também se sentiu chamado para reformar a Igreja, e o faz pelo seu modo simples, humilde e despojado de ser. O primeiro foi crucificado e o segundo mal compreendido pela sua comunidade religiosa.
O que acontecerá com o Papa Francisco? Quem viver verá!
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Paulo Sérgio de Faria